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A New Sun




A NEW SUN






Cap 1

POV JACOB

Acordei as cinco da manhã como sempre. O frio que entrava pela minha janela só traziam lembranças gélidas.

Acendi o abajur ao lado da minha cama e aproveitei a penumbra do quarto para me aquecer. Eu usava apenas uma camiseta e uma calça moletom cinza, me espreguicei e comecei a me aquecer.

O relógio marcava 05:30 da manhã. Já devidamente aquecido comecei a me exercitar fortemente. Parei meio segundo para retirar a camiseta ensopada de suor e o joguei na cadeira juntamente com a camisola dela que ainda estava no mesmo lugar.

Olhei ao redor e fixei meus olhos na silhueta feminina. O sol já entrava pela janela com mais força obrigando Samantha a levantar.

Ela me lançou o mesmo sorriso que me fez apaixonar por ela a cinco anos .

-Está cedo Jake...volta para cama. – ela sussurrou fazendo manha.

-Vou fazer trilha por ai hoje. Quero conhecer as imediações da nova casa Sam, por que não larga essa preguiça e vem comigo?

Parei de me exercitar e encarei seus lindos olhos azuis.

-Você sabe que isso não é saudável , não sabe?

Revirei os olhos colocando de volta a camiseta , calcei um tênis e um gorro para aquecer enquanto o sol do topo da montanha não me aquecia de vez.

Fui até a cozinha, preparei meu café e deixei um bilhete para Sam dizendo que voltaria antes do almoço. Peguei minha garrafinha com água e comecei a caminhar absorvendo a imagem do meu novo refúgio.

Olhei para o esplendor da minha casa, simples, de madeira, uma pequena varanda , portas e janelas de vidro.



Comecei a correr pela pequena mata que se abria tornando-se densa e fria. Achei melhor não ir sozinho mais longe que aquilo, caso eu me perdesse ninguém me acharia.

Retornei o percurso pegando um atalho que me levou até uma pequena nascente. Fui seguindo o leito do rio e me deparei com duas enormes pedras camufladas sob a grossa camada de lodo e orvalho matinal.

Subi com cuidado e olhei para baixo onde se revelava para mim uma cachoeira de água cristalina. O ar bucólico daquele lugar me deu saudades da época em que vivia em La Push com minha tribo.

Acho que não me acostumaria com aquele lugar de novo. Não depois de ter saído de lá praticamente expulso por Billy apenas pelo fato de não ter aceitado me casar com uma moça da nossa tribo já em extinção.

Fui para a Califórnia.

Encontrei Samantha trabalhando num bar. Filha única, órfã desde a adolescência , meiga e simplesmente perfeita me oferecendo ajuda às 03: 00 da manhã. Aquele sorriso me conquistou na hora.

Fui dormir no sofá de seu apart a milhas de distância da minha casa. Santa Clarita passou a ser meu lar.

Em uma semana começamos a namorar , com três semanas noivamos e no final do mês estávamos casados.

Comecei a descer a pedra e segui a correnteza. Tirei a roupa ficando completamente nu e entrei naquele rio gelado. Mergulhei até o mais profundo e voltei.

O sol já estava alto e forte , enquanto me aquecia naturalmente ouvi galhos sendo amassados , dei um pulo de susto catando minhas roupas e tão logo um grito.

Um grito feminino e de dor.

Samantha! – pensei.

Corri me vestindo chamando seu nome e nada dela me responder. Corri por meia hora ainda ouvindo gritos dela. Meu coração descompassou.

Quando dei por mim estava muito perdido na mata mais os gritos de dor permaneciam altos e sofridos.

A mata se fechou por completo então decidi continuar andando tentando ouvir os gritos que haviam cessado .

Eu não poderia ter chegado tarde demais.

Suplicava por isso.

-Ai droga! -exclamei ao pisar num buraco, a dor era grande mais sabia que não havia quebrado nada. Urrei mais uma vez ao sentir uma porrada nas minhas costas junto a um grito de socorro.

-Quem é você ? que susto me deu! – reclamei zangado, quase revidei a agressão mais parei ao vê-la.

Samantha que nunca me ouça, eu sabia valorizar as múltiplas etnias . Minha mulher era loira, branca e de olhos azuis muito diferente do meu tom de castanhos dos olhos e da minha pele avermelhada...mais aquela mulher à minha frente...

-Eu sou e me desculpe se eu achei que você fosse um urso ou talvez um lobo. – ela retrucou violentamente quase cuspindo as palavras.

-Lobo!? – ironizei - Sabe onde estamos? – perguntei mal humorado só de pensar que para sair dali precisaria da ajuda dela.

-Tenho cara de guia turística? Se soubesse onde estava não teria saído do meu carro!

-Você veio de onde e tente ser mais doce por que não estou para brincadeiras! Eu também estou perdido “sra resposta grosseira na ponta da língua”.

-Ótimo! Eu mereço! – ela puxou os cabelos violentamente para trás, desesperada.

-Vamos começar de novo , ok? – ela assentiu com expressão de dor encostada na enorme raiz de uma árvore . – Me chamo Jacob, moro no alto da montanha, sou novo por aqui , ouvi seus gritos e corri para ver o que era. Terminei me perdendo e você me acertou com um galho de árvore. Agora é a sua vez.

-Sou turista, vim visitar minha irmã que acabou de dar a luz, a rodovia fica uns 5 km descendo esse morro. De um lado é mata , a rodovia fica ao meio e do outro lado é uma praia. Meu carro quebrou e eu vim subindo achando que aqui pudesse haver vida civilizada –O que? Vida civilizada numa mata fechada? Quem ela esperava ver...o Mogli? , pensei incrédulo. - para me socorrer. Aí quebrei meu tornozelo ao cair de uma pedra mais a oeste, gritei de dor e você chegou me assustando.

-Ok , você agüenta descer até seu carro ou prefere subir? Ao menos na minha casa tem telefone e podemos pedir ajuda.

-Por mim tudo bem. – ela disse retirando um lenço do pescoço amarrando no galho mais baixo. Ela notou que eu a observava – é só questão de marcar...quando eu vier pegar meu carro. Vou saber que é descendo esta trilha.

Já passava do meio dia e não havíamos subido nem 50% do trajeto. Estava impaciente pela demora dela ao caminhar.

-Dá para mancar mais rápido garota?

-“Sr sensibilidade “ meu tornozelo está inchado , dolorido, roxo e provavelmente fraturado!

Subitamente dei meia volta e a peguei no colo.

Ela não reclamou mais também não estava gostando daquilo. Mas foi inevitável não me sentir atraído por ela. Sua pele morena clara , seus cabelos negros e lisos que batiam no meio das suas costas, seu perfume fundido as flores e ao orvalho mesmo estando suada pelo calor e seu toque...ah...tão delicada... suas mãos se segurando ao meu pescoço enquanto eu tentava caminhar pelo terreno íngrime .

Ela era leve mais não como se fosse uma dessas modelos esqueléticas da tv, suas curvas eram com certeza um perigo para qualquer um derrapar.

Tentei não pensar nela, eu não podia.

A noite caiu, o frio veio junto e o cheiro das ervas que Sam adorava cultivar invadiram as minhas narinas. O que provava que eu estava perto de casa, porém no breu em que estávamos não havia como continuar.

- ...vamos ter que acampar aqui. – a coloquei cuidadosamente no chão e indiquei uma pequena gruta.

-Sua casa ainda está longe?

-Mais ou menos . Espere que eu vou tentar nos manter vivos esta noite.

-Ok. – ela disse sorrindo um sorriso cansado. Onde estava a garota grossa de antes? Mais ainda sim...inacreditavelmente linda, doce, sexy e selvagem.

Olhei a gruta e não havia morcegos , juntei o máximo de folhas e fiz duas camas improvisadas. Eu a olhei e vi que chorava com a dor no tornozelo. Mesmo assim estava catando pelo chão gravetos e acendeu uma pequena fogueira.

Ponto para ela – pensei.

-Acho que não vamos comer nada hoje. – disse a ajudando a se sentar perto da fogueira.

-Eu tenho uma barra de cereal no bolso – ela tateou e puxou algo que um dia foi uma barra de cereal. – Ops. – ela disse e eu ri.

A noite avançava e ela gemia a noite toda de dor , sem que ela percebesse retirei suas botas de camping e olhei seu pé. Parecia assustador o grande hematoma roxo no local.

Dividíamos a pequena gruta e só o calor do fogo nos protegeu dos animais noturnos, mais o frio da madrugada era insuportável, os dentes da garota misteriosa trincavam , seu corpo se debatia. Não consegui vê-la tão indefesa.

-Frio.. – ela disse.

O lugar era pequeno então se o fogo não estava nos aquecendo eu sabia o que nos aqueceria. Cheguei mais junto do seu corpo que estava virado para o lado da fogueira e me deitei corpo a corpo, juntos, colados.

Ela pareceu relaxar um pouco. E eu ri.

O calor do meu corpo passando para ela e o dela me devolvendo em sorrisos involuntários , corrente elétrica e sua mão prendendo meu braço ao seu redor.

Relaxei um pouco depois e dormir.

A chuva fina que caiu de manhãzinha nos fez despertar. Ela nos olhou abraçados como dois amantes e se assustou.

-O que houve aqui? – ela perguntou corada e por dentro eu gargalhava de sua inocência .

-Nada. Você gemeu de frio a noite toda aí te cobri com meu abraço assim nem você morreria de frio e nem eu.

Saí do seu lado tentando reacender o fogo.

-Desculpa a minha grosseria...é que esse é meu sistema de defesa.

-Tudo bem. - dei de ombros.

-Dormiu bem?

Ia dizer sim, dormi muito bem colado em você sem nem ao menos ter trocado um único afago...

-Estamos vivos então sim, dormi bem. – desconversei.

-Eu ainda morro de frio...você está congelando não é? Apenas com roupa de exercício.

-Estou bem. Apenas com fome...- ela se arrepiou inteira com o vento que passou por nós. – quer que eu...er..te aqueça? Juro sem maldade! – tratei de me explicar depois de sua reação.

-Sim. – disse timidamente.

Por falta de espaço na gruta me sentei atrás dela a tendo em meio as minhas pernas e a abracei.

Juro que a vi tremer, só não sabia se era pelo frio ou pelo meu toque.

fechou seus olhos e me abraçou de volta.

-Vai ficar tudo bem – sussurrei.

-Huhun – ela respondeu de olhos fechados e depois me encarou.

Juro que me senti como na lenda dos meus antepassados que falavam de um amor irracional que te atraia para a pessoa amada ...assim do nada. Senti uma explosão dentro de mim ao fitar seus olhos castanhos escuros, uma força gravitacional me puxando para ela, é como se fosse morrer se ela fosse embora, eu morreria. Sei lá.

Ela me puxou pelo pescoço e me beijou de leve, apenas para sentirmos o toque suave de nossos lábios.

O que era aquilo? O que estava fazendo?