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The Truth is...




The Truth is…








*
Flash back on
-É o fim? Tem certeza disso ? Saiba que não terá mais volta por mais que isso me doa na alma. Você é a minha vida mas se você sair por esta porta é para não mais voltar. – Adam disse sério.
-Desculpa mais não dá mais, o que eu sinto por você não é o mesmo que sentia antes. Hoje é só uma bela amizade, uma amor fraterno. Não me peça para desistir dos meus sonhos. – disse emocionada.
-Os seus sonhos são os meus sonhos , amor! Não quero que você desista de nada. Comprar nossa casa para morarmos juntos era seu sonho, me casar com você era meu sonho imediato e agora você tá jogando tudo fora por medo, eu sei que é medo! – ele ainda mantinha a voz séria. Adam tinha as mãos enfiadas nos bolsos, ele sempre elegantemente vestido.
Adam era meu namorado pelos últimos quatro anos, assim que entrei para faculdade de enfermagem ele me ajudou a andar pelo campus da universidade, ele já fazia medicina a um ano, era o monitor mais cobiçado não só pelas notas e prestígio que ele tinha adquirido mas também pelo seu charme, seus olhos verdes e seu cabelo castanho perfeito.
Era fácil saber porque me apaixonei por ele assim que o conheci. Adam era tão alto, forte e tinha uma pele bronzeada que dava inveja aos branquelos daqui.
-Porque não responde? Estou certo não é? Você tem medo da responsabilidade do casamento e depois dos filhos! Mais pense bem, minha família é rica e podemos bancar empregados para tomar conta da casa e das crianças!
-Deixa de ser idiota Adam! Nunca permitiria que empregados ficassem com meus filhos enquanto eu banco a esposa perfeita de renomado médico como essas que tem por aí! – broqueei. – Se quer que a nossa amizade permaneça fique calado!
-Mas...- ele ainda tentou falar.
-Nossa amizade é para sempre . – disse sorrindo. – Nunca vou esquecer de tudo que você me ensinou. Você me ensinou a ser menos fraca, me fez mulher, me fez feliz. Mais eu não quero casar ainda, não acho que seja você ou talvez não seja você ainda. Dê tempo ao tempo. – Beijei seu rosto e saí rumo ao meu carro no estacionamento do hospital.
Me despedi das minhas companheiras de trabalho que estavam na recepção e fui seguir pra Inglaterra.
Flash back off
Acordei com a voz da aeromoça avisando que íamos desembarcar em solo inglês.
Meu cabelo estava em pé, minha maquiagem borrada e foi nesse momento que me senti no filme “Muito bem Acompanhada” quando a atriz está num vôo de volta para Inglaterra para o casamento da irmã e o bonitão do acompanhante flagra ela toda descabelada .
Olhei pela janela e vi o sol escondido atrás das nuvens.
Desembarquei e corri para o banheiro lavar o rosto, logo Joe estaria aqui.
Lavei o rosto, retirei o resto da leve maquiagem que usava , troquei a roupa. Tirei o vestido hippie que usava e coloquei o bom e velho jeans, tênis, uma camiseta branca, amarrei o meu lindo cabelo longo e preto num rabo de cavalo e para esconder as olheiras , óculos solar.
Arrastei as malas para o saguão e fiquei esperando o meu amigo Joe.
Não demorou muito para ele aparecer com uma plaquinha que dizia “superman”, sorri ao perceber que ele estava usando a camisa do superman por debaixo do blazer creme. Seu cabelo sempre loiro e desalinhado, Joe usava uma calça jeans desbotada e um all star preto. Perfeito! Como todo britânico que se preze.
Encurtei o espaço entre nós dando um abraço apertado nele que fez questão de me rodopiar no chão e quando toquei o chão, completamente tonta ele cantou para mim um trechinho da música que ele compôs quando estava tendo uma paixonite por uma garota que ele conheceu num bar.
-“If I could be your superman,
I'd fly you to the stars and back again.
'Cause everytime you touch my hand,
You'd feel my powers running through your veins
But I can only write this song,
And tell you that I'm not that strong.
'Cause I'm no superman, I hope you like me as I am.”

-Ah seu louco! – disse enquanto ele pegava minhas malas.
-Não acredito que você aceitou meu convite de vir morar comigo. – Joe disse guardando as minhas coisas no carro dele.
-`Tava saturada do Adam como namorado,` tava sem saco de ficar naquela vidinha, casa-trabalho-Adam ou Adam-casa-trabalho, sabe?
-Sei, sempre soube que você era quente demais para ele, tem um espírito livre demais para se prender ao mundinho medíocre e burguês dele e sempre soube que você me amava. – disse todo convencido.
-Cala boca! – reclamei. –Cadê a Kate?
-Esperando por você no meu estúdio. Ela sentiu sua falta!
Abri a janela do carro para deixar a luz, o calor e vento tomarem conta.
-Conheci um cara chamado Danny, o cara é um músico famoso, canta para caramba e tem uma banda famosa.
-Hum – disse sem muito entusiasmo.
-A qual é ? Os caras já fizeram um filme, lançaram muitos cd´s, alguns dvd´s no mercado fonográfico, já bateram dois records dos Beatles! – ele disse empolgado.
-Uau! – falei falsamente entusiasmada - Nunca ouvi falar desses caras. – disse , Joe e riu.
-McFly.
-O que? – rebati.
-O nome deles.
-Ah tá. Ainda não faço a mínima.
-O que importa que eu vou gravar uma música com eles e é aí que você entra. – ele já estacionava em frente a garagem dele, nem notei o caminho enquanto conversava.
-Tenho medo quando você faz isso. Eu não sou cantora, não sou musicista Joe! Eu mal toco meu violão!
-Calma...eu só ia pedir para você me ajudar a terminar o arranjo do violão. Tem que ser dois violões, além do mais você é minha musa inspiradora!
-Ridículo!
Era tão bom ser normal, era fácil rir das brincadeiras do Joe.
Descemos do carro, cada um com um malão com as minhas coisas e entramos em casa. Na sala estavam todos os membros da banda dele me esperando com presentes, flores e balões de boas vindas.
-Ah! Que lindo! - disse animada.
-Danny! Essa é a minha musa americana! – Joe disse me rodopiando pela mão.
-Musa sul – americana Joe! Não se esqueça que sou latina. – rebati.
Um cara tatuado e bem simpático com uma pinta de bad boy apareceu sorrindo.
-Nossa Joe, você não mentiu quando disse que ela era uma gata. – ele disse e depois se corrigiu – Er...com todo respeito pelo amor de Deus , hein!
-Relaxa. – eu disse.
-Soube que você ajudou ele a fazer uns arranjos. – ele disse empolgado.
-Pois é, quando eu estou com meu maninho aqui o meu lado musical aflora. – disse e ri.
-Legal velho. Você canta? Putz, o Harry sempre enche meu saco dizendo que precisamos de pelo menos uma música com uma voz feminina.
-Hum...sei lá, eu nunca cantei nem “atirei o pau no gato”
-Cara , uma mulher bonita e divertida! Tu tá ferrado meu irmão! Se deixar sozinha algum vem e leva.
Sério, ele devia estar muito bêbado!
-Desde que não seja você – Joe brincou.
-Ih qual é meu irmão? Já tá me tirando da jogada? – ele piscou pra mim mas não com malícia. –Olha, seja bem vinda mais eu tenho que partir , vou fazer uns shows por aí e só volto em quinze dias. – ele se virou para Joe e continuou - Faça o arranjo e me mande um e-mail se precisar. Partiu!!!
O cara louco saiu . Gostei dele, não sei porque.
A festa rolou até de noite, quando todos foram embora eu capotei no sofá e dormi pesado.
[...]
Quando o dia amanheceu , Joe já estava no estúdio que fica nos fundos da casa. Tomei um banho, preparei uma café da manhã para gente, me instalei no quarto ao lado do de Joe e fui levar comida para ele no estúdio.
-Bom dia J.B!
-Bom dia . Escuta só o que eu fiz ainda a pouco.
Ele dedilhou a Kate – sim, Kate é o nome do violão dele - e me surpreendeu o arranjo que ele fez.
-Aperta aquele botão verde, apaga a luz vermelha, aumenta o volume dos amplificadores e escuta a música.
Putz ! estava perfeito.
-Você não precisa de mim J.B.
-Você me inspira minha Lois Lane!
-Ok Clark Kent, come que vai esfriar. Vou no centro ver como estão as coisas, comprar umas coisinhas que esqueci de trazer. Beijos!
Saí do estúdio mais não antes de pegar o Ben, meu violão de oito cordas que Joe me deu a alguns anos e que eu deixava sempre aqui com ele. Quando estava nos Estados Unidos , eu era sempre tão certinha, tão politicamente correta, tão apagada, estritamente profissional com meus pacientes e com meu trabalho...mais quando tirava férias que vinha ver o Joe o meu lado divertido se soltava. Tudo em mim mudava, minhas roupas, meu jeito de falar e se brincar fico até mais bonita.
É tão mais fácil ser assim.
Peguei um taxi e fui para o centro comercial. Assim que paguei o taxista fui até uma loja bem pequena de artigos e instrumentos musicais. Dava para sentir a energia da velha Londres ali dentro.
-Bom dia senhor, tem cordas para um velho violão de oito cordas que eu mal uso e que se chama Ben? – disse simpática para um rapaz loiro que estava próximo do balcão.
-Desculpa moça mais eu não trabalho aqui. – ele disse olhando alguma coisa em baixo do balcão da loja.
-Ah ... então tá, desculpa. – eu disse e só aí ele me olhou e Deus que olhos azuis eram aqueles!
-Opa...espera aí! Por você posso ser até a rainha Eliza. – ele disse todo cheio de graça.
-Rainha Eliza? – perguntei.
-Elizabeth para o resto para os amigos é só Eliza mesmo. Qualquer dia se quiser te apresento a ela. – o lindo e loiro sorriu sedutoramente sem perder aquele olhar brincalhão e nossa como ele era lindo!
-Tá bom, agora eu vou indo procurar alguma loja com vendedor.
Saí da loja com o Ben nas mãos. Parei na calçada olhando para os lados procurando loja de instrumentos quando senti uma mão me tocar segurando meu braço.
-Hey você nem me disse seu nome!
Era ele. Por que meu coração acelerou quando vi esses olhos? Acabei de conhecer ele e já sinto meu coração pular no peito.
Para esconder minha afobação respirei fundo e respondi.
-Oi meu nome é . – disse com um sorriso idiota toda derretida pelo bonitão.
-O meu é Dougie.
-Muito prazer Dougie mais pode soltar meu braço, acho que vai ficar a marca dos seus dedos nele. – brinquei.
-Ops, foi mal.- ele ficou meio constrangido pelo meu comentário. - Olha o Frank já voltou, não vai querer as cordas para seu Tony?
-Pensei que fosse uma loja fantasma e o nome dele não é Tony é Ben.
-Ah como no desenho animado.
-Hein? – fiz cara de bocó.
-Nada ,esquece. Foi meu lado infantil falando mais alto. Sabe como é, né? Adoro um desenho animado.
-Ah ok. – respondi sendo guiada para dentro da loja outra vez.
-Frank, qualquer dia você vai perder sua clientela por abandonar a loja no meio do expediente. – Dougie disse pegando numa vitrine uma caixinha com paletas .
-Desculpa moça eu só tava batendo um rango lá dentro. – o tal Frank se desculpou.
-Acontece. – disse tirando por menos – Eu quero cordas para violão, tem?
-Tenho, vou pegar.
-Ótimo!
Me virei para olhar Dougie e ele estava me fitando ... aquilo me deixou encabulada, de repente senti um calor me consumir de corpo inteiro.
-Aqui está senhorita, quer que eu coloque para você ?
O Frank perguntou percebendo meu constrangimento em ser flagrada digamos...admirando o seu amigo Dougie, ele que era um cara bem esquisito, alto, gordo, se vestia meio anos 90 mas que no fundo parecia ser daquele tipo de cara que vale a pena ser amigo.
-Ah legal, eu sempre me enrolo para trocar essas cordas. – eu disse por fim.
-Sei como é , novata no ramo ? – Frank perguntou estendendo a mão para pegar o meu violão. Tirei-o das costas e dei para ele.
-Eu toco baixo. – Dougie me surpreendeu falando meio baixinho atrás de mim, quase dei um pulo.
-Eu não sou novata não, eu toco violão há um tempo já. Mais é só por hobby nas férias, meu irmão sim é músico e compositor, eu só sou uma enxerida no ramo. As vezes ajudo ele mais é só.
-Ah vai ter que tocar pra mim. – Dougie disse com a voz ainda baixa, quase um sussurro.
-Como é que é? – quase berrei.
-Não ! Não é nada disso que você tá pensando, tocar o violão e não me tocar ai meu Deus!. – Dougie se desesperou.
-Hey! Eu tô te sacaneando! – falei rindo. -Eu não sou burra, saquei o que você quis dizer.
Frank só faltou chorar de tanto rir.
-Toma , cuida bem do Ben. Qualquer outra coisa pode me procurar que ajudo e de cortesia só por você ter deixado esse palhaço sem graça, vou te dar umas paletas coloridas e uma nova capa de couro para você proteger o violão.
-Valeu Frank a partir de hoje só venho comprar aqui, agora tenho que ir antes meu irmão comece a achar que eu fugi de casa.
-Ah eu posso te acompanhar, tenho que viajar daqui a pouco e antes que meu chefe ligue para saber se eu estou bêbado ou perdido é melhor eu zarpar fora. – Dougie disse me indicando a porta.
-Vão lá – Frank disse – Prazer , toma meu cartão de visita qualquer rolo volta.
-Pode deixar comigo!
Frank voltou para os fundos da loja e Dougie me parou.
-Se eu fizer uma coisa você vai me odiar?
-Vai me matar? – perguntei brincando para disfarçar a ansiedade do beijo que eu tinha certeza que viria.
-Matar você? – ele perguntou se aproximando , ele tocou meu rosto com carinho e eu já sentia sua respiração contra meu rosto. – Só se for de prazer .
No segundo seguinte ele me prendia contra a prateleira devorando meus lábios num beijo quente e voraz. Sua língua tocava a minha de um jeito que fazia minha pele toda se arrepiar, minha mão foi para dentro do seu cabelo desgrenhado trazendo ele mais para mim.
Meu Deus quanta loucura! O que esse cara tinha que me deixava assim de perna bamba?
O beijo foi perdendo força , minha mão fazia carinho na sua nuca enquanto nós ainda saboreávamos o sabor daquele beijo .
-Wow! – ele disse encostando sua testa na minha.
-Foi perfeito. – disse com dificuldade.
-Você é perfeita – Dougie falou rindo de canto. – Pena que eu realmente tenho que viajar a trabalho mais quero te ver assim que eu voltar.
-Tá. – respondi selando nossos lábios de forma suave.
-Me dá seu telefone.
-Aham – foi só o que eu consegui responder.
Dei meu telefone para ele e me despedi com mais um beijo avassalador na porta da loja do Frank.
-Até daqui duas semanas. – ele disse beijando minha bochecha antes de sumir pela rua me deixando completamente boba.